(Esta é a resenha de um livro de Portugal, do desafio UM LIVRO DE CADA PAÍS DO MUNDO).
Uma vez que nosso país foi colônia de Portugal até 200 anos atrás é natural que tenhamos uma aproximação com a literatura deste país, então diversos nomes de autores portugueses nos são familiares, tais como: Luís de Camões, Eça de Queirós, Fernando Pessoa e, claro, José Saramago. E para representar a terra natal do pastel de Belém, escolhi uma obra justamente deste que é o único autor de língua portuguesa a receber o Prêmio Nobel de Literatura.
Quando se fala em Saramago as obras que veem logo a mente provavelmente são “Ensaio Sobre a Cegueira”, “O Evangelho Segundo Jesus Cristo” e o “Homem Duplicado”. E por ser muito fácil encontrar resenhas sobre esses livros na internet decidi trazer minhas opiniões sobre um dos últimos romances (ou seria um conto?) do autor que faleceu em 2010: “A Viagem do Elefante”.
Este livro narra a viagem fantástica de um paquiderme indiano chamado Salomão (ou Solimão) desde Belém até Viena, na Áustria. A história se passa em meados do século XVI e tem início quando dom João III, em uma conversa com sua esposa Catarina d’Áustria, decide dar um novo presente de casamento ao seu primo Maximiliano II, arquiduque da Áustria e genro do imperador Carlos V. Esse presente tardio era nada menos que um elefante indiano!
Aqui Saramago, como em outras de suas obras, com seu estilo de narrativa corrida e cheia de diálogos, mas com muito humor e ironia, nos dá mostras de como se dão as relações humanas. E é através da visão do conarca Subhro (ou Fritz), espécie de tratador do elefante, que podemos acompanhar toda essa epopeia através das estradas de Portugal, Espanha e Itália, e para além dos perigosos desfiladeiros dos Alpes, apenas para atender à caprichos reais.
Não darei spoilers sobre o livro, mas basta dizer que se trata de um final surpreendente e que faz o leitor pensar nele durante muito tempo após terminar a leitura. Afinal “Sempre chegamos ao sítio aonde nos esperam”.
(“A Viagem do Elefante”. Autor: José Saramago. Editora: Companhia das Letras. 256 páginas. Edição de 2008)