- gilgafgeo
Coisas da Tijuca
Saí para ir ao banco e de repente me deu uma enorme vontade de comer pão com manteiga e queijo.

Andando, avistei uma padaria, e disse:
-é aqui!
Mas logo desisti.
Pois para ENTRAR na padaria tinha que passar por uma roleta...uma roleta na padaria!
Não dá para passar por uma roleta para comprar o pão nosso de cada dia...isso é aviltante! Onde nós estamos? Ah, estamos á Tijuca.
Ao contrário do que vocês pensam esse texto não é uma provocação ao tijucano ou a Tijuca, não!
Esse texto é o retrato de um país ou de um mundo que estraçalha o indivíduo e suas relações de afeto, transformando-as em números, algoritmos e dados estatísticos.
Primeiro eles começam a pedir o CPF na farmácia, depois eles colocam uma roleta na padaria e por último vem a biometria nos bares.
A Tijuca, pobre coitada, por ser o limbo entre o norte e sul (desenvolvimento e subdesenvolvimento) acaba sendo o reflexo de um Brasil opaco ou talvez de um mundo cinzento.
Coisas da Tijuca...