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O Grande Gatsby - F. Scott Fitzgerald


(Esta é a resenha de um livro dos Estados Unidos, do desafio UM LIVRO DE CADA PAÍS DO MUNDO).


A obra escrita por F. Scott Fitzgerald e publicada em 1925 nos apresenta Jay Gatsby, o misterioso e carismático anfitrião que abre sua mansão para que se realizem as mais luxuosas festas da Nova York dos anos 20. O jovem milionário, que representa tudo o que significa o sonho norte americano, possui a admiração e curiosidade de tantos, no entanto tão poucos realmente o conhecem. Seus convidados não sabem a origem de sua fortuna ou de que família ele vem, alguns nem sequer o viram pessoalmente. E é por meio de Nick Carraway, um aristocrata do meio oeste que resolve ir para Nova York trabalhar no mercado financeiro, como muitos outros de sua geração, que nos aproximamos de Gatsby e podemos testemunhar uma faceta, que para a maioria é invisível, do luxo e materialismo derregados que o enriquecimento fácil proporciona.


“Uma coisa é certa, mais que tudo,

Os ricos ficam mais ricos e os pobres têm... filhos”.


Ao chegar em Nova York, Carraway se torna o novo vizinho de Gatsby, e ao mesmo tempo passa a conviver com sua prima Daisy, o marido dela Tom Buchanan, com quem ele frequentou a faculdade, e a amiga do casal, a tenista Jordan Baker. Todos frutos de famílias abastadas e tradicionais do meio oeste americano, que levam uma vida de aparências carregadas de pedantismo e preconceitos. Um dia Carraway é pessoalmente convidado a frequentar uma das festas na mansão vizinha, regada a muita bebida, muita comida e todos os excessos do enganoso mundo dos ricos, e é nesse momento que ele e Gatsby se aproximam e a partir daí teremos a oportunidade de desvendar os segredos que envolvem essa misteriosa figura.


“E assim avançamos, barcos contra a corrente, incessantemente impelidos de volta ao passado”.


Se por um lado o tema central da narrativa é o consumismo e o enriquecimento fácil de uma geração fútil, por outro, o sentimentalismo de Gatsby traz um contraponto interessante para a história, e mesmo sendo de um romantismo tão pueril que é quase utópico, acaba tornando-se a experiência mais concreta e mais verdadeiramente vivenciada por esses personagens. Falando nos tipos retratados no livro, é curioso como conseguimos reconhecer nos dias atuais essas figuras que originalmente pertencem a uma outra cultura de um século atrás. Se a globalização e os avanços tecnológicos fazem com que a sociedade evolua a uma velocidade que as vezes é até difícil de acompanhar, certos comportamentos parecem enraizados de tal maneira em nós que nem cem anos, ou 8 mil kilometros, são capazes de mudar.


“Eles eram pessoas negligentes; esmagavam coisas e criaturas e depois se protegiam por trás de seu dinheiro, ou sua imensa imprudência, ou o que quer que os mantivesse juntos, e deixavam que os outros limpassem a bagunça que haviam feito”.


Os Estados Unidos dos anos 20 é representado como uma época de muita musicalidade, e o jazz era o ritmo do momento, nesse livro há muitas referências à canções e artistas que conferem à obra um tom realista e dinâmico. O leitor quase que consegue ouvir junto com os personagens quando uma música toca no rádio, ou quando alguém está assobiando uma canção, ou tocando um instrumento. Porém, por se tratar de um livro publicado há quase um século é necessário recorrer a algumas pesquisas para saber de que música ou cantor o autor se refere.


Certa vez Fitzgerald escreveu que não sabia se ele e Zelda eram reais ou personagens de um dos seus livros. A julgar pela essência que sua obra consegue captar e pela descrição palpável do estilo de vida de uma geração que conheceu tanto o apogeu quanto a ruína é possível concluir que o casal continua vivendo em suas obras, em uma eterna festa de experiências extravagantes.


(“O Grande Gatsby”. Autor: F. Scott Fitzgerald. Editora: LeYa. 176 páginas. Edição de 2013)

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