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Cinema na Quarentena Parte III – 10 Filmes



Terceira parte de análises rápidas de filmes que o tempo livre na quarentena tem permitido assistir. Todos estão (ou estavam) disponível na Netflix, Prime Video e Disney+. Então chega de ficar horas escolhendo algo para assistir, somando as três partes do “Cinema na Quarentena” você já tem 50 filmes para curtir no conforto do seu lar.


Do pior para o melhor:


10. Um Príncipe em Nova York 2 (2021)

O agora rei Akeem (Eddie Murphy) e seu braço direito Semmi (Arsenio Hall) voltam ao Queens para encontrar o filho bastardo de Akeem visando a sucessão do trono, uma vez que ele só teve filhas com sua esposa.

Essa nova aventura do outrora príncipe Akeem se mostrou desnecessária, destruindo as esperanças dos saudosistas do primeiro filme da década de 80. É difícil criticar comédia porque é algo muito pessoal, mas o charme de Um Príncipe em Nova York (que é uma das melhores comédias românticas já feitas – quem sabe não sai essa lista em um futuro post) são as situações inusitadas que um negro escandalosamente rico passa em outro país ao tentar experimentar uma cultura diferente em sua totalidade. Notem que isso nada tem a ver com humor politicamente correto ou não. Nesse novo episódio (aviso de spoiler) não existe isso. O arco nos Estados Unidos não dura mais do que duas cenas. O foco aqui é uma crítica ao machismo, mas feita de forma meio preguiçosa.

Rotten Tomatoes: 49%


9. A Escavação (2021)

Na Inglaterra da década de 30 uma viúva contrata um escavador profissional para investigar o que parece ser um sítio arqueológico em sua propriedade. No entanto, a descoberta que eles fazem parece ser muito mais valiosa do que imaginavam, datando da Idade das Trevas.

Esse filme, baseado em um livro que é baseado em uma história real, tem uma fotografia muito bonita e os figurinos e cenários são muito fieis à época que procura retratar, mas infelizmente ele sofre com uma seria falta de foco na narrativa. A interessante história da escavação e como ela influencia na vida daqueles personagens se perde em subtramas desnecessárias. Ao final, o espectador não sabe muito bem qual foi a história contada aqui.

Rotten Tomatoes: 88%


8. Eu Me Importo (2020)

Marla Grayson (Rosamund Pike) é uma cuidadora profissional designada pelo Estado para encarregar-se dos interesses de idosos quando estes não são mais capazes de tratar de si. Ela usa uma rede de contatos, que vão desde médicos até gerentes de casas de repouso, com o objetivo de tomar o controle dos bens acumulados durante toda a vida desses idosos sob sua guarda.

A história começa muito bem, um conflito interessante é estabelecido e você enxerga uma direção clara no roteiro, mas a partir de sua metade o filme se perde em uma sequência de facilitações improváveis e decisões tolas dos personagens. No fim, o longa apresenta uma resolução anticlimática, mas se redime nos últimos minutos da última cena.

Rotten Tomatoes: 81%


7. O Céu da Meia-Noite (2020)

Um cientista solitário (George Clooney) tenta desesperadamente entrar em contato com uma tripulação de astronautas, que estão voltando para a Terra, visando alertá-los sobre uma catástrofe global.

Esse filme tem o ritmo um pouco lento, o que pode desagradar determinadas audiências, mas ao tratar de isolamento e solidão o longa acaba reverberando uma situação bem atual em nosso mundo. Por outro lado, o núcleo dos astronautas que não conseguem contato com a Terra não é muito original, passando a sensação de que já vimos essas situações vividas por eles antes de maneira melhor executada. Sem dúvida o filme vale a pena pelo núcleo de Augustine (Clooney) e a menina deixada para trás que ele encontra.

Rotten Tomatoes: 50%.


6. Soul (2020)

Nessa animação a Pixar imagina o que existe antes do nascimento, qual é a origem das almas das pessoas. Um mundo onde almas recém-criadas são treinadas por àquelas de pessoas já falecidas antes de vir para a Terra. Assim podemos reconhecer o espírito de algumas personalidades famosas como Martin Luther King, Stephen Hawking e Madre Tereza.

Joe (Jamie Foxx) é um professor de música cuja verdadeira ambição é se tornar um astro do Jazz, sua paixão. No entanto, quando sua grande chance surge um acidente faz parecer que tudo está perdido.

Mais uma vez a Pixar cria um mundo incrível, personagens carismáticos e uma aventura repleta de situações divertidas. Esse filme foi lançado em plena pandemia direto para o streaming.

Rotten Tomatoes: 95%.


5. Marshall: Igualdade e Justiça (2017)

Antes de se tornar o primeiro juiz negro da Suprema Corte Americana, Thurgood Marshall (Chadwick Boseman) enfrenta um de seus maiores desafios enquanto advogado da NAACP (em português: Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor) quando a socialite Eleanor Strubing (Kate Hudson) acusa seu motorista negro Joseph Spell (Sterling K. Brown) de estupro e tentativa de homicídio.

Apesar de ser reconhecidamente um advogado muito bom Marshall sofre com atitudes racistas em uma época de segregação institucionalizada nos Estados Unidos. Além de um incrível orador ele se mostra ainda um bom observador e um mestre na linguagem corporal. O filme é bastante dinâmico e tem ótimas cenas de tribunal. É interessante acompanhar a resolução do mistério do ataque sofrido por Eleanor, por mais que não seja uma grande surpresa.

Rotten Tomatoes: 80%


4. O Tigre Branco (2021)

Acompanhamos a narrativa de Balram (Adarsh Gourav) enquanto ele conta em retrospectiva como se tornou um empresário de sucesso na Índia tendo nascido como um aldeão pobre treinado para ser um servo.

Apesar de ter uma trama tensa, esse drama tem seus momentos divertidos e de forma inteligente faz uma crítica ao sistema de castas, ao capitalismo, ao socialismo e à desigualdade social. Mostra a corrupção inerente à todas as pessoas e, apesar de acompanharmos os fatos através da narração de Balram, nenhum ponto de vista é privilegiado. Não há personagens totalmente virtuosos aqui, apenas pessoas tentando sobreviver conforme o jogo social. O tema lembra bastante “Parasita” mas é inferior ao vencedor do último Oscar.

Rotten Tomatoes: 92%


3. A Voz Suprema do Blues (2020)

Último filme com a participação de Chadwick Boseman antes de sua morte precoce. E devo dizer que ele entrega uma atuação memorável.

O filme se passa em um estúdio de gravação na Chicago dos anos 20, durante uma seção da “mãe do blues” Ma Rainey (Viola Davis) e sua banda. Tida como uma pessoa autoritária e de difícil trato, vemos um estudo de personagem incrível que nos ajuda a compreendemos o comportamento de Ma Rainey como um método de autopreservação. Ao mesmo, acompanhamos a impetuosidade e ambição do jovem trompetista Levee (Chadwick) em oposição com a acomodação e resignação dos musicistas mais velhos. Um filme com balanço e atuações soberbas!

Rotten Tomatoes: 98%


2. Uma Noite em Miami (2020)

Baseado na peça de mesmo nome, o filme retrata um encontro fictício em 1964 onde quatro ícones negros do esporte, da música e do ativismo se reúnem para comemorar uma das maiores vitórias da história do boxe, mas o que se segue é um embate de ideias entre os amigos.

Esse filme é fortemente ancorado em diálogos, até por se tratar da adaptação de uma peça. A maior parte do longa se passa num quarto de hotel em Miami onde Malcom X está hospedado. Os quatro protagonistas (Cassius Clay, Sam Cooke, Jim Brown e Malcom X) trocam experiências de racismo e muitas vezes mostram visões completamente divergentes na forma de lidar com ele. Apesar do clima de camaradagem que há entre eles, a visão de mundo particular de cada um gera uma escalada de tensão. Os embates de ideias são muito bons de acompanhar e o espectador tem dificuldade de tomar lados aqui. Um ótimo filme.

Rotten Tomatoes: 98%.


1. Um Limite Entre Nós (2016)

Troy Maxson (Denzel Washington) é um gari da cidade de Pittsburgh, durante a década de 50, amargurado pois sonhava em se tornar um jogador profissional de beisebol, mas quando as ligas começaram a admitir negros no esporte ele já estava muito velho, no entanto com um forte senso de responsabilidade para com sua família.

Cara, que filme bonito. Esse é o tipo de filme que você só sente (mais um da lista baseado em uma peça de teatro). Ele fala sobre paternidade, casamento, frustração, racismo, família, amizade, a busca pelo sonho. E que atuações! Denzel Washington, Viola Davis, Jovan Adepo, Mykelti Williamson, Russell Hornsby e Stephen Henderson, estão todos ótimos e cada um tem ao menos um monólogo para brilhar. Assistam esse filme e sintam a angustia de cada um dos personagens.

Rotten Tomatoes: 92%

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