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A “PJtização” de atletas celebridades de alto rendimento e a implicância com cervejas e refrigerante



Como brasileiro de estatura mediana e sem acesso a tevê a cabo durante grande parta da minha infância e adolescência, nunca fui muito fã de basquete. Nunca vi no basquete o drama que testemunho no futebol, afinal são pontos demais e a todo o instante, não há como haver drama nisso. Um amigo meu diz que eu digo isso por nunca ter visto um jogo ser decidido no estouro do relógio. Mas o que o basquete tem a ver com o texto? O Jordan, o Michael Jordan.


Jordan foi (até o momento, pois essas coisas mudam) o maior Jogador de basquete de todos os tempos, mesmo alguns tentando forçar a barra para alçar o talentoso, atlético, dedicado e crítico Lebron James a esse posto. Só que Jordan não foi apenas o melhor, mas também o maior jogador de basquete, pois além da competitividade e talento fora do comum ele inaugurou a era moderna de superatletas globais celebridades.


Antes de MJ poucos eram os atletas que tinham tanta visibilidade ao redor do mundo e que tinham uma enorme capacidade de gerar receita com propagandas e patrocínios individuais. Esses atletas tornaram-se máquinas de fazer dinheiro e com um batalhão de empresas loucas para atrelarem a imagem dos superatletas a seus produtos, entretanto, quanto maior é a visibilidade do atleta, maior é atenção sobre o que ele diz e faz. Um aperto de mão a um político controverso, fumar tabaco, ter casos extraconjugais ou uma noite de loucuras em um posto de gasolina (Ryan Lochte que o diga) podem colocar tudo a perder e demonstrar um tipo de posicionamento ou postura. Jordan (muito atento ao mercado) uma vez se isentou a apoiar publicamente um candidato negro, democrata ao senado norte americano, dizendo: “Os republicanos também compram tênis de esporte”


Jordan sabia o que estava falando, mesmo tendo apoiado (secretamente) financeiramente o candidato democrata. Ele primeiro pensou no negócio, mesmo que por debaixo dos panos tenha se posicionando. Na era dos superatletas celebridades globais não há espaço para a sinceridade espontânea. Tudo é muito calculado em suas manifestações porque agora se tornaram pessoas jurídicas. Jumpman (Jordan) CR7 (Cristiano Ronaldo), R10 (Ronaldinho Gaúcho), R9 (Ronaldo Fenômeno) e NJR (Neymar) não são apenas siglas e caracteres de atletas, mas marcas com alto valor de mercado, que lucram muito e vivem de “jogadas de marketing” para se evidenciar no mercado.


Esses dias vi o Cristiano Ronaldo fazer pouco de uma marca de refrigerante patrocinadora da Eurocopa dizendo que beber água era mais saudável. Logo o Cristiano Ronaldo, que uma vez perguntado sobre os escândalos de corrupção na FIFA (em 2015), disse que isso não o interessava, não o preocupava e que isso sequer era assunto entre seus colegas jogadores, pois eles estavam muito mais interessados em falar de música, mulheres, moda, bolsas (isso mesmo, ele disse bolsas), sapatos, joias e penteados. De repente o mesmo Cristiano Ronaldo agora se interessa sobre a saúde e os hábitos alimentares das pessoas? É possível que sim, mas diante da lógica de mercado a qual os atletas estão inseridos é muito difícil não imaginar que os interesses sejam outros.


Paul Pogba (no dia seguinte ao gesto de Cristiano Ronaldo) retirou uma garrafa de Heineken de sua frente durante uma entrevista coletiva. Dizem que o gesto do jogador, que é muçulmano, ocorreu porque que sua religião não permite a apologia a consumo de bebidas alcoólicas. Pessoalmente eu já acho o ato absurdo, não pela questão religiosa (com todo respeito ao Islã), mas pelo desrespeito com a deliciosa cerveja. Mas o que deixa o caso ainda mais estranho é que a versão da cerveja presente na coletiva era sem álcool! Ou seja, tecnicamente não era bebida alcoólica. Claro que existe a possibilidade de o fator cultural (não se atrelar a marcas de bebidas alcoólicas) estar inserido na manifestação do jogador, ou quem sabe ele estaria fazendo uma campanha anti-glúten? Enfim, fato é que as ações da Cervejaria subiram 1,4% após o gesto.

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