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Flamengo, o time canastra suja?



Desde pequeno sempre fui chegado a uma jogatina de baralho: sueca, copas fora, copo d’agua, rouba monte e outros jogos. Claro, tudo com a finalidade recreativa, pois sou pão duro demais para suportar a ideia de perder dinheiro num jogo de cartas.


Dentre os jogos, tinha um cujo qual eu nunca peguei a “manha” para jogar que era o tal de buraco ou canastra. Nas poucas vezes que joguei me lembro de ser alertado pela minha mãe (que me ensinou a jogar) que não era de bom tom sujar as minhas canastras com coringas (no caso as cartas número 2 do mesmo naipe ou a carta joker). Pois isso retira o potencial de construção de uma canastra real que vale mais pontos.


Bom... mas o que isso tem a ver com o time do Flamengo? Tudo. Pois o time do Flamengo (mesmo jogando bem) é uma verdadeira canastra suja. Vou explicar o porquê.


O Flamengo é um time que usa três coringas em sua canastra. São eles Arão, Gerson e Diego.


Vamos caso a caso:


Arão é um volante com boa saída de bola, bom jogo aéreo e posicionamento, que apesar de seus defeitos, acima de tudo, parece ser um profissional irretocável no que tange em contribuir para o bem do grupo. Esse senso de coletividade resolveu um problema do Rogério Ceni, pois para jogar no campo do adversário (com a defesa alta) o time precisa de um zagueiro com velocidade, bom passe e excelente posicionamento. Tudo isso ele encontrou em Arão. O que o fez perder um bom volante (ou médio defensivo) que nós vimos em ótima forma em 2019.


Para cobrir o deslocamento do Arão para zaga, Ceni colocou Diego Ribas no meio de campo fazendo uma função parecida com a exercida pelo volante/zagueiro. Mas Diego é um jogador raro! Sim, ele é. Diego teve seu início de carreira como um camisa 10 ponta de lança que carregava a bola, dava passes e entrava na área com a bola dominada. Anos de experiência no futebol europeu, junto com a sua dedicação e profissionalismo, forjaram esse jogador e o transformaram num competente meio campo capaz de desempenhar todas as funções do setor. Seja pelos lados do campo (hoje em dia seria difícil pela falta de vigor que a posição impõe), mais recuado, ou atrás do/dos atacantes como um 10 característico. Fato é que em qualquer posição creio que ele conseguiria entregar bons resultados por conta de sua irretocável dedicação.


A grande questão é que sendo um jogador tão versátil e de qualidade, sua presença nos onze titulares enfraquece muito o banco de reservas da equipe. Detalhe, aqui não estou dizendo que ele não deve ser titular, mas fato é com toda essa versatilidade, sua entrada (em condição física plena) no decorrer dos jogos pode mudar muito as coisas a favor do Flamengo. Pois como já falei acima, ele poderia entrar no lugar (ou função) dos quatro meio campistas titulares mantendo um bom nível de atuação, principalmente daqueles que jogam próximos ao gol.


Gérson vive situação semelhante (capaz de jogar nas quatro posições do meio campo) o jogador é dono de uma qualidade física e técnica incríveis, (de nível internacional) que ajudam muito na transição ofensiva da equipe. Mas ao jogar ao lado de Diego Ribas (que possui vícios de meia ofensivo) tem a sua ofensividade retraída, o que em certos momentos limita suas ações.


O texto não é uma crítica ao trabalho de Ceni, repito, o time vem evoluindo, pode ser que ainda não seja o ideal, mas há sim um diagnóstico da qualidade do elenco do Flamengo com jogadores polivalentes que permitem essas soluções criativas para o treinador.


Mas seria essa a canastra real/ perfeita para o time do flamengo, ou um quebra galho até o Rogério Ceni ter em mão as cartas de sua canastra limpa?

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